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Mostrando postagens de agosto, 2009

Crepúsculo Marajoara

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É o céu azul, cor do manto de Maria, mesclado de um matiz rosa- acinzentado ...do lado em que o sol se põe , a mistura do ouro-prata, no encanto do entardecer refletido nas águas do Rio Paracauary , enfeitado pela revoada de um bando de gaivotas que evoluem num ballet elegante e delicado, ao redor dos barcos coloridos de pescadores que trazem peixe em abundância ao cair da tarde...como que por encanto, surge uma nuvem vermelho-dourada e lilás que rasgando o leito do rio, penetra até ao seu âmago , deixando antever os mistérios de sua profundeza incomensurável ! Crianças brincam e nadam, como se fossem ninfas, nascidas das águas espelhadas, criação da pintura natural, matizada pelos raios vermelho-dourado do poente...é o pincel, deslizando na tela pelas Mãos do PINTOR DIVINO, misturando essa Terra que Ele encantou! E assim, como n'um passe de mágica, o céu se mescla de rosa-dourado e cinza, sob o poder da sensibilidade do ARTISTA, dizendo que o dia entrou em agonia... a n...

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Onde Estás...

Eu te procuro... onde estás... A nuvem negra te escondeu Oh! lua dos amantes... Contudo,tua luz escorre Como renda luminosa Nas bordas da nuvem errante... No repouso das estrelas Esparramas teu fulgor Mãe da natureza nua Espelho da Mulher Amor... Angel Benassuly Soure, 2005

O Regresso

Vou p'ra minha Terra Comer peixe de água doce Sentar à sombra das mangueiras Andar descalça sôbre a relva Esperar o vento...colher as mangas Encher um paneiro,até à beira... Frutos que caem em profusão Doces e cheirosos...afrodisíacos... Concebidos na delicadeza dos galhos ---Asas diá fanas de fadas--- Acompanham o vento no seu embalo... Em noite de lua cheia De intensa e profunda magia Sentar à volta da fogueira... Sorvendo a volúpia das salamandras Na paz selvagem que me rodeia Vou agradecer a Deus Por estar de volta Rezando Pai-Nosso...Ave Maria... Minha Soure, minha Terra...minha Ilha... Angel Benassuly Rio de Janeiro, 1988

CHUVA MARAJOARA

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Chove...lava a vida... A minh'alma ferida... Cai do céu , lavando a natureza Banhando o verde...sua beleza... Banhando as palhas, as telhas Que abrigam os homens Varrendo as ruas nuas Pisadas por aquele que vai só ... Sem nome... O caboclo do Marajó ... De pés descalços e peito forte Purificado por tuas águas Quem sabe... Livrando-se de suas mágoas ... Cai...cai muito forte...tempestuosa Livrando-me, dessas lágrimas tormentosas... Entra na minha casa Lava o meu chão ...o meu espírito E leva para o limiar do e mpírio Esse sofrimento infinito... Vem...me banha... Me carrega em teu seio... Me faz ser tu Na grandiosidade de molhar a terra E devolve a alegria de viver Sepultada no meu peito... Por favor, chuva... Quero ser como tu...assim... Do teu g eito ... Tempestade...tormenta... Não me faz sentir paz Apenas quando chegas... Deixa a paz dentro de mim... Assim...tu me aconchegas... Ângel Benassuly Soure, Ilha de Marajo ,1990